Sopro Cardíaco nas crianças: é normal ou é um sinal de patologia?

data de publicação03 Maio 2024 autor do artigo
Mónica Rebelo  |  Cardiologista Pediátrica

O Sopro Cardíaco é um som que se ouve durante a auscultação do tórax e que resulta do sangue a passar nas estruturas cardíacas (normais ou não).

Existem vários tipos de sopro cardíaco, que podem ou não traduzir doença cardíaca. São sinais no exame objetivo, que podem ou não indicar doença. Pelas características do sopro (quando se ouve, timbre, intensidade, posição onde se ausculta e se tem irradiação no tórax) numa auscultação cardíaca cuidada, um médico experiente consegue perceber se se trata de um sopro que traduz doença (sopro patológico) ou se é fisiológico, ou seja, normal durante o desenvolvimento das crianças (sopro inocente). Cerca de 80-90% das crianças têm um sopro inocente ao longo do seu desenvolvimento.
 

Sintomas do Sopro Cardíaco

De uma forma geral, se a criança está sem sintomas, a crescer normalmente e o sopro foi um achado na auscultação, numa consulta de rotina, vai concluir-se ser um sopro inocente. Sinais de alarme são sopro no recém-nascido, sopro acompanhado de outros sintomas como cansaço, palpitações, dor torácica, lipotimia (sensação de desmaio), sopro em criança com história familiar de doença cardíaca congénita ou síndromes genéticos, sopro em doentes graves com internamentos prolongados e complexos.
 

Exames que podem ajudar ao diagnóstico

Quando se ausculta um sopro, se existirem dúvidas se será patológico, a criança deve ser referenciada a uma consulta de Cardiologia Pediátrica, onde o médico poderá realizar de imediato um Ecocardiograma transtorácico, que levará ao diagnóstico na maioria das situações. Na raridade das situações em que o sopro é patológico, também o médico Cardiologista informará de como deve ser seguido ou se é necessário tratar.

O coração é um órgão vital e o levantar de uma simples dúvida de que algo não está bem, gera uma ansiedade difícil de controlar. O Sopro Cardíaco, como ficou explicado, é um sinal frequente, mas que felizmente na Pediatria, muitas vezes não traduz qualquer patologia.

Autor do artigo

Mónica Rebelo

Cardiologista Pediátrica