Ácido Hialurónico: para que serve e como o utilizar com segurança

data de publicação07 Junho 2024 autor do artigo
Inês Peres Claro  |  Médica de Medicina Estética

O ácido hialurónico é uma substância que está naturalmente presente no corpo humano. Pode ser encontrado em concentrações mais altas nos fluidos dos olhos e articulações, mas mais de 50% encontra-se na pele, onde é fabricado maioritariamente por células, como os fibroblastos da derme e também pelos queratinócitos da epiderme. A sua principal função é reter a água para preservar os tecidos do organismo bem lubrificados e húmidos, promovendo o seu correto funcionamento.

 

Várias utilizações

O ácido hialurónico que é usado no quotidiano como medicamento (e que pode ser encontrado em várias formulações) é extraído de animais ou produzido em laboratório, sendo atualmente, quase na totalidade, obtido por biotecnologia através de processos de biofermentação feita por bactérias. É então recuperado, purificado e desidratado para formar um pó, que depois de adicionada água, forma um gel mais ou menos viscoso.

Na Medicina, o ácido hialurónico é utilizado na vertente estética (hidratação e preenchimento), mas também como tratamento de algumas patologias (das articulações, por exemplo). Na cosmética é utilizado em cremes para aplicação tópica, sendo também encontrado na indústria de suplementação.

 

Ação do ácido hialurónico na pele

A sua ação faz-se sentir a vários níveis: mantém a pele macia, preenchida e compacta, sendo importante na hidratação cutânea, nos processos metabólicos, na reparação da pele, amortecimento, assim como proteção antioxidante contra radicais livres e danos causados pelos raios UV. A nossa pele, quando é jovem, é caracteristicamente lisa e elástica. Contém muito ácido hialurónico, que é uma substância que, entre outras funções em diversas partes do nosso corpo, preenche os espaços entre as células, favorecendo a regeneração de tecidos e a sua hidratação. Com o avanço da idade, os níveis de ácido hialurónico diminuem, reduzindo a sua ação de hidratação e manutenção da elasticidade da pele, contribuindo para o aparecimento de rugas e de outros sinais de envelhecimento.

 

Utilização na Medicina Estética

Na área da Medicina Estética, o ácido hialurónico é usado na forma de injetável em qualquer área da face para preenchimentos de rugas, assim como para atrasar ou minorar os efeitos do tempo ou corrigir algumas deformidades. É ainda utilizado por pessoas que, apesar de não terem rugas, desejem melhorar o contorno dos lábios, maçãs do rosto, nariz, queixo, entre outras áreas.

O ácido hialurónico está indicado para:

  • Preenchimento de sulcos e rugas
  • Preenchimento de depressões cutâneas
  • Aumento/Harmonização de lábios e maçãs do rosto
  • Preenchimento labial; Hidratar o lábio; Definir contorno
  • Remodelação do nariz e do queixo
  • Corrigir pequenas assimetrias e outras alterações
  • Preenchimento da olheira

É também importante distinguir estes procedimentos do skinbooster. O skinbooster é um ácido hialurónico sem reticulação, e por isso não é um gel, mas um líquido, que quando injetado, apesar de não criar volume, hidrata e melhora a textura, elasticidade e luminosidade do rosto.

Formulações do ácido hialurónico

Atualmente, o ácido hialurónico é uma substância muito popular e está disponível numa grande variedade de formas, a saber:

  • Injeções
  • Suplementos
  • Cremes faciais
  • Séruns
  • Ampolas
  • Colírios (“gotas”)
     

Importância de procurar um especialista credenciado

Embora o ácido hialurónico seja muito seguro e tenha muitos benefícios associados, se não for indicado por um profissional de saúde qualificado e com experiência pode provocar efeitos secundários indesejáveis, com resultados que podem não ser os adequados ou satisfatórios. Por isso, deve sempre consultar um médico com diferenciação em Medicina Estética antes de recorrer à sua utilização.

 

Onde deve realizar os tratamentos?

É muito importante realizar os seus tratamentos com ácido hialurónico numa clínica onde as intervenções são realizadas por profissionais com formação de modo a assegurar-se da segurança do tratamento, a começar pela qualidade do ácido hialurónico que é injetado. Com a popularidade destes procedimentos há cada vez mais locais a propô-los a menor custo sem cumprir estes requisitos, o que é um risco. Fazer um preenchimento num cabeleireiro, mesmo que tenha uma “salinha” para tratamentos de estética, nunca é uma boa ideia: este é um procedimento de Medicina Estética e não de cosmética, e se algo corre mal não saberão corrigir. Se vai fazer o investimento, compensa fazê-lo com um verdadeiro especialista. O resultado será melhor, mais afinado à medida dos seus desejos, e não correrá riscos desnecessários.

Autor do artigo

Inês Peres Claro

Médica de Medicina Estética